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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pandora, a mulher de todos os dons e Epimeteu, o que pensa depois

Pandora de John William Waterhouse
1830-1907. Pintor e escritor inglês.
                                                                   
...somos counntdwon, contagem regressiva, e por sermos countdwon, talvez, a maior de todas as esperanças seja a busca da eternidade...


                                                                   Abrindo o vaso de maldades de tampa larga. Digo que se os católicos tem Eva como mulher fatal, os gregos tem Pandora como o equivalente feminino. Pandora, a mulher de todos os dons (Pan: todo, tudo e dora: dons, palavra grega bem como as demais do artigo com exceção de countdown que significa contagem regressiva em inglês) foi encomendada por Zeus a seu filho Hefesto o qual da argila esculpiu a mais formosa das mulheres.

     ...Prometeu, o que pensa antes...                                                                  
                                                                 A vingança de Zeus. Explico que Zeus queria, na verdade, se vingar dos homens, e, em especial de Prometeu e Epimeteu. Certa feita Prometeu filho de Jápeto e da ninfa Clímene, abateu um imenso boi e, desejando beneficiar os homens, dividiu-o em duas porções, na primeira colocou as carnes e entranhas e o encobriu com o couro do animal, na outra colocou os ossos encobertos pela gordura. Zeus escolheu este último, ao descobrir a falcatrua ficou irritadíssimo com Prometeu e como vingança privou os homens do fogo, que simbolicamente é a inteligência, transformando-os em idiotas. Inteligência em grego é nous, nûs. Ao depois, Prometeu roubou a centelha divina devolvendo a inteligência aos homens. Em razão disso, os deuses decidiram punir todos com rigor, Prometeu foi acorrentado no Cáucaso, onde uma águia devorava o seu fígado diariamente, o qual se recompunha à noite. Aos homens foi enviada Pandora, a mulher que espalharia pelo paraíso todos os males, principalmente, a violência ou hýbris, uma espécie de injustiça. O interessante é que  o fígado tem um imenso poder de regenerar, ou seja, o mito é baseado em uma verdade biológica. Os homens recuperaram a malícia, a inteligência, mas perderam o paraíso e passaram a ter de trabalhar para sua sobrevivência. Hesíodo explica isso em sua obra O trabalho e os Dias:

                                                                   A miséria pode ser alcançada , tanto quanto se quer, e sem fadiga: a estrada é plana e ela se aloja muito perto de nós.

                                                                    Os deuses imortais, todavia, exigiram o suor para se conquistar o mérito.

Prometeu de Heinrich
fuger, 1751-1818,
 entrega o fogo
celeste aos homens.

                                                                 A mulher de todos os dons.   De diversos deuses Pandora recebeu muitos dons e foi enviada como esposa de Epimeteu, o Adão grego. Exemplificativamente, de Como presente de núpcias a nossa Pandora trouxe um vaso de tampa larga, oferecido por Zeus, com a recomendação de não abrí-lo. Por curiosidade, Pandora abriu o vaso libertando todos os males que assolam a raça humana e, antes que a ESPERANÇA evolasse, fechou-o. Destarte, o mito de Pandora simboliza a perdição dos homens, a QUEDA e a sua eterna esperança por dias melhores, a esperança é a elevação energética pela vontade que algo de bom ocorra, apesar do mundo estar povoado de maldades como explica O Mito de Pandora. Já que o vaso de maldades foi aberto, devo dizer que Epimeteu significa o que pensa depois (Epi: depois e meteu: pensar, antever). Prometeu, o que pensa antes (Pro: antes, Meteu: pensar, ver), irmão de Epimeteu, primo de Zeus, amigo da raça humana. O homem vivia na Idade do Ouro, quando Pandora apareceu. Prometeu já tinha avisado a seu irmão sobre o perigo de receber presente dos deuses, mas como não pensar depois diante de uma mulher linda e deliciosa. Assim, neste mito temos o homem, o que pensa depois, a sua queda do paraíso, da Idade de Ouro, e a mulher que libera todos os males, restando a ambos a ESPERANÇA uma vez que após a libertação de todos os males os homens passaram a viver na Idade de Ferro onde a violência ou Hýbris predomina sobre a Díke, a justiça. Os mitos são importantes pois desvendam, explicam e consolam a natureza humana, digo até que são verdades humanas irrefutáveis. Na esperança temos o homem a querer ficar rico, lutando contra as doenças e outros males, mas, apenas estamos adiando a morte, já nascemos devendo toda a nossa vida a mãe terra, somos countdown, contagem regressiva, e por sermos countdown, talvez, a maior de todas as esperanças é a busca da eternidade, vira e mexe temos um tresloucado dizendo que isto é possível, duvido. Não se esqueçam que a mulher e a terra estão mais próximas que o homem. Aparentemente, a mulher é o mal, contudo, tomem tento que a terra como a mulher são símbolos da fecundidade, do prazer e da própria destruição, esgotam o homem, roubam lhe as sementes e o suor. A terra dá a vida e como pó voltaremos para o seio dela em contagem regressiva, como a paga do tempo. Vivemos na esperança e quando morremos, de certa forma a esperança se renova por novas vidas que virão. Venho alertando que os axiomas colocam o dedo na natureza humana e, por isso, eles são mais complexos que a maioria dos apostadores ou investidores imaginam e a filosofia, bem como, a mitologia são necessárias neste jogo bruto. Nada pode ser interpretado como a casca de uma laranja jogada ao solo, superficialmente sem mitologia.

...filosofia e mitologia no jogo bruto das ações...

Ava Gardner, um deleite para os olhos,
1922-1990
               Um bom filme. Os amores de Pandora ou Pandora and The Flying Dutchman com Ava Gardner e James Mason, filme de 195l, merece ser visto. Ava Gardner está magnífica. Às deveras, é a mulher estonteante do cinema, nascida nos Estados Unidos em 1922 e morta em 1990. Foi casada com Frank Sinatra de 195l a 1957, em 1989 sofreu um derrame, como consequência ficou paralítica, Frank Sinatra custeou as suas despesas médicas até a sua morte. Como os deuses o cinema criou diversas Pandoras e na nossa série de Pandoras coloco Ava Gardner como a nossa  primeira mulher fatal.

                                                                   Fechando o vaso de maldades de tampa larga. Como sempre nos mitos temos a queda e elevação, o eterno cimento das narrativas, neste caso específico temos o homem espiritualmente como pura esperança, as crianças são por conseguinte, a esperança da esperança. A esperança produz a fé, o pensamento positivo, a força de vontade e o suor. Nada é mais correto que o ditado: a esperança é a última que morre. Quando alguém diz isso, se refere ao homem em sua essência como filho de Pandora e de Epimeteu sempre à espera de dias melhores. O verbo esperar deve ser pensado e repensado, será que deveremos ficar, outrossim, eternamente esperando Godot?  Somos contagem regressiva  desde o momento em que nascemos e mesmo assim somos um vaso cheio de esperanças, temos em nossa história biológica este germe, se não fosse assim os homens passariam a suicidar sistematicamente já que a morte parece tirar sentido de tudo e de todos. A mulher no mito é a terra ávida por vidas e morte. Talvez, a esperança final do homem é a busca da imortalidade, vejo isso como ideia subjacente em tudo que acontece no mundo. A ciência tem potencializado este germe que se recusa a morrer, as cirurgias plásticas que o digam.
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                                      Z A esperança é a última que morre.

Ava Garner no filme
Casablanca


..a mulher de todos os dons e o que pensa depois..

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